O carroção
do tempo arrasta os remos
dos barcos
esquecidos nas marinas,
onde o sol
brilha em bocas clandestinas
lembranças
que gozamos e sofremos.
O barco
despojado dos extremos,
entre casco
e areias purpurinas,
traz um
resto de rede em malhas finas
que evocam
os futuros que perdemos.
No horizonte
tecido de vazio,
com os olhos
opacos dos enfermos
e o desejo
enredado no amavio,
vou ser esta
contradição em termos:
sobre as
estrofes, caudaloso rio,
e a magra
gaivota nos céus ermos.
Luca Barbabianca é poeta e
cronista. Seu blog é o lucabarbabianca.zip.net
e sua verve pode também ser apreciada, sem moderação, no recantodasletras.com.br
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