5 de fevereiro de 2012

Edição 52 janeiro de 2012 - Luiz Werneck Vianna: Modernização, questão agrária e República

Fala de Luiz Werneck Vianna ao receber o prêmio Florestan Fernandes, no 15º Encontro da Sociedade Brasileira de Sociologia em “Modernização, questão agrária e República”:

Maria Alice Rezende de Carvalho: Boa tarde a todas e a todos presentes. É com grande emoção que cumpro, neste momento, a tarefa de apresentar Luiz Werneck Vianna, homenageado nesse 15º Encontro da Sociedade Brasileira de Sociologia com o prêmio Florestan Fernandes, e que, na verdade, dispensa apresentações. Sua trajetória é conhecida de todos: inclui passagem pelas mais prestigiosas universidades do país, bem como a autoria de obra original sobre o Brasil. Pesquisador, ensaísta, observador atilado da conjuntura política, é, atualmente professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio, onde coordena o Centro de Estudos Direito e Sociedade – CEDES.

Prof. Luiz Werneck Vianna: Apesar do que consta na programação, não vou fazer uma conferência, não sei fazer conferência. Depois de muito pensar, julguei, de início, que a forma mais apropriada para me comunicar com meus colegas e estudantes de Ciências Sociais seria a de uma intervenção sobre um tema permanente da minha agenda de estudos, mas acabei por me fixar na ideia de produzir uma instalação, à moda dos artistas plásticos, que expõem suas intenções de forma fragmentada e esperam que o público formule livremente o seu entendimento a respeito dos fragmentos que o autor reuniu para sua contemplação.

Imagino que isso não seja fácil de fazer nas artes plásticas, e, com certeza, como reconheço agora – sem possibilidade de voltar atrás –, é terrivelmente difícil nas Ciências Sociais. Mas foi, tudo pesado, a estratégia que me restou, dado que a única coisa certa para mim é a de que não faria uma conferência. Nessa linha, solto do constrangimento da exposição de um argumento científico, optei por uma abordagem expressivista, mais pessoal, mais conforme à minha identidade, e começo por revelar o tema que me obsedou, desde sempre, como, de resto, de boa parte da minha geração, especialmente da intelligentsia, dos intelectuais, dos artistas. Esse tema ainda me ronda - o papel da questão agrária na modernização capitalista brasileira.

(...)

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