Na próxima terça-feira, dia
10, será lançado no Teatro Casa Grande (Avenida Afrânio Melo Franco, 290 –
Leblon), o livro O PCB-PPS e a Cultura
Brasileira: Apontamentos, do historiador carioca Ivan Alves Filho, A iniciativa
é da Fundação Astrojildo Pereira, que editou a obra.
Como se sabe, a política vem
estimulando a cultura e mesmo a reflexão filosófica mais profunda, desde pelo
menos a Revolução Francesa, para nos atermos ao início da chamada modernidade.
Não foram poucas as obras literárias e artísticas escritas no chamado calor da
luta. Naturalmente, a atividade cultural não se reduz a essa ou aquela
ideologia, mas ela tampouco pode ser desligada do seu contexto histórico.
No Brasil, não seria muito
diferente. Afinal, este é o país das sínteses, a terra da pluralidade, o que
envolve ainda a cultura, uma prática fundamentalmente agregadora e inclusiva.
Assim, temos o tradicional e o moderno reunidos por ela. A reflexão e a ação
também. A junção do erudito com o popular. E ainda a fusão de experiências e
representações dos mais diversos horizontes, senão continentes. Tais
características contribuíram para forjar a cultura brasileira, tal qual nós a
conhecemos hoje.
O PCB, nascido há 90 anos e
do qual se originaria o PPS - entendeu a importância da cultura no seu processo
de aproximação com as pessoas. Até porque, muito perseguido ao longo da nossa
conturbada história republicana, o partido não tinha, por momentos, como se
apresentar com rosto próprio aos brasileiros. Os intelectuais e os artistas
faziam isso por ele. Chegavam aonde o partido não podia chegar.
Nomes do peso de Oscar
Niemeyer, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Ferreira Gullar, Djanira, Portinari,
Rachel de Queirós, Di Cavalcanti, Solano Trindade, Nelson Werneck Sodré, Caio
Prado Júnior, Plínio Marcos, Joel Rufino dos Santos, Dias Gomes, João Saldanha,
Darcy Ribeiro, Luiz Werneck Vianna, Gianfrancesco Guarnieri, Gonzaguinha, Mércio
Pereira Gomes, Mário Lago, João Batista de Andrade, Vladimir Carvalho, Sergio
Arouca, Mário Schemberg, Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Edison Carneiro,
Astrojildo Pereira, Oswald de Andrade e Pagu, entre tantos outros, pertenceram
ao mais antigo partido surgido no Brasil. Eis o que transformou o PCB-PPS em
uma espécie de partido da inteligência brasileira, criando jornais, companhias
de teatro e cinema, fomentando revistas, inaugurando cine-clubes, organizando
seminários pelo país afora, durante décadas a fio.
Como a importância da cultura
só faz crescer, nesses tempos em que o conhecimento assume o papel de
verdadeiro meio de produção –, eis o que torna a leitura deste livro ainda mais
atual e atraente.
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